Esta semana celebrou-se o Dia Internacional da Internet Segura, como assinalámos nas nossas redes sociais. O tema deste ano, “Juntos por uma internet melhor”, visou sobretudo a sensibilização, junto dos mais jovens, para o cyberbullying e a sua prevenção. Embora seja uma temática importantíssima, o nosso foco, neste artigo, vai para outros pontos.
Antes de mais, se não sabia, fica a saber que este Dia Mundial da Internet Segura, uma iniciativa da instituição europeia Insafe-INHOPE, comemora-se todos os anos em fevereiro, com o objetivo de promover a utilização segura da internet por todas as pessoas, sobretudo as mais novas, que são (supostamente) “nativas digitais”, mas são também as que estão mais expostas a riscos nesta rede mundial de comunicação. Há, inclusive, um Centro Internet Segura em Portugal.
A nível pessoal e a nível profissional, há alguns preceitos que aconselhamos que siga, no que toca à utilização segura da internet:
Criar uma password forte e segura: Este primeiro conselho pode parecer básico, mas ainda não é seguido por muita gente. Sempre que cria uma conta, é possível saber se a password é considerada forte e segura. Normalmente, misturar letras e números é boa solução. Claro que não deve criar uma palavra-passe de que se esqueça facilmente, mas tente pensar em algo que seja fácil de fixar, para si, e que seja difícil de descobrir pelos outros. Não repetir passwords entre contas também é aconselhável, mas ainda mais difícil de aplicar, com a quantidade de registos em sites e plataformas que temos de gerir. É recomendável ainda mudar de password regularmente e não guardar password, sobretudo no computador. Portanto, em nome da sua segurança, guarde uma gaveta na sua memória para as palavras-passe;
Proteger a rede wifi com password segura: Se é preciso proteger-se pessoalmente, também é preciso proteger a rede. Não é por acaso que, por defeito, numa instalação de rede wifi, a palavra-passe é aquela complicação. Não tem de a manter assim, mas convém que a password da rede de casa ou do trabalho seja forte e segura, caso contrário é deixar a porta aberta para os “amigos do alheio”, que é uma bela expressão, mas que tem má reputação.
Não ligar todas as contas entre si: Tal como acontece com as passwords que servem para todas as contas, também há um hábito generalizado de sincronizar todas as contas. Mas se formos a pensar bem, as facilidades que esta prática traz às nossas vidas, facilita também o trabalho de quem queira invadir a sua privacidade e roubar os seus dados (não querendo ser alarmistas, mas já sendo);
Fazer compras só em sites seguros e no computador pessoal: Se olhar para a barra de endereço, verá um cadeado fechado e vai constatar que este site começa por “https” e não “http”. Como na gramática, um “s” pode fazer toda a diferença. O HTTPS é um protocolo de segurança utilizado quando se deseja evitar que a informação transmitida entre o utilizador e o servidor seja visualizada por terceiros, sendo aquele que aquele “s” indica uma camada adicional de segurança, que permite que os dados sejam transmitidos por meio de uma conexão criptografada e que se verifique a autenticidade do servidor e do utilizador por meio de certificados digitais. Portanto, tenha atenção a esse pormenor, sobretudo quando está a proceder a compras online ou a uma qualquer operação bancária;
Atualizar antivírus e restante software do computador: As atualizações de software têm a intenção, muitas vezes, de corrigir falhas de segurança que deixam os utilizadores expostos a terceiros. Por isso, é importante aceitar as atualizações, principalmente quando se trata dos sistemas operativos de telemóveis, tablets ou computadores;
Revele só as informações necessárias: Já aqui tocámos na questão do RGPD e voltamos a girar em torno da questão. Agora que a malha apertou quanto à proteção de dados, mesmo que trabalhe como profissional liberal e use as redes sociais para promover o seu trabalho e angariar clientes, evite expor dados pessoais, como a sua morada ou número de telefone. Opte sempre por disponibilizar formulários e endereços de email como meios preferenciais de contacto.
Verificação em duas etapas: Várias empresas, como Google, Apple e Microsoft, oferecem a opção de autenticação de dois fatores. Com este mecanismo, deve ter acesso a um código após efetuar login, caso contrário, não terá acesso ao serviço, mesmo digitando a senha corretamente. A vantagem da autenticação de dois fatores é que, caso a sua senha seja descoberta por terceiros, essa pessoa não conseguirá ter acesso à conta, porque ela não tem o código de autenticação. Verifique se os serviços que usa têm essa opção e se a tem ativa.
Cuidado com anexos e links nas redes sociais e e-mail: Recebeu um e-mail do seu banco a pedir-lhe para redefinir a password? Ignore, porque não é assim que os bancos comunicam com os clientes. Da mesma forma, outro tipo de pedidos suspeitos ou ficheiros via e-mail (as formas mais comuns de apanhar vírus ou spyware é através do download de ficheiros, aparentemente confiáveis) devem ser ignorados. A maioria das caixas de e-mail já está preparada para identificar automaticamente mensagens de spam, mas não invalida que os utilizadores também as saibam identificar à partida. E, sobretudo, não acredite que um príncipe da Nigéria quer dividir a fortuna consigo!
Atenção ao que partilha: Em redes sociais como o Facebook ou o Instagram, é partilhar fotografias pessoais. Nada contra, mas certifique-se que só a sua rede de amigos é que pode ver o que partilha (é possível segmentar quem vê as publicações). Nunca se sabe quem está do outro lado.
Como em tudo na vida, é errado e presunçoso pensar que estamos livres do que quer que seja e que “isso só acontece aos outros”. Nem nós, que trabalhamos nesta área. Enquanto empresa de comunicação e marketing digital, estamos bem cientes das enormes vantagens que este universo tem, mas também é nosso dever alertar para que use essas grandes potencialidades da internet apenas a seu favor, de forma segura e não caindo nas várias ‘ratoeiras’ que possam aparecer.