O Dia Mundial da Usabilidade celebra-se hoje, 14 de novembro, embora este não seja o dia fixo, já que a comemoração anual é sempre na segunda quinta-feira do mês de novembro.
O objetivo desta data é discutir e encontrar formas de melhorar a usabilidade e de tornar mais fácil a vida das pessoas. Neste dia, em Portugal e em cerca de outros 30 países, realizam-se encontros, conferências e visitas a empresas, entre outras iniciativas divulgadas no site oficial do World Usability Day. No caso deste ano, o evento será na OutSystems Lisbon, em Linda-a-Velha.
O conceito de usabilidade consiste no conjunto de métodos criados para maximizar a facilidade de utilização de uma ferramenta ou objeto, para realizar uma tarefa específica. Isto é, a usabilidade não se aplica apenas aos websites, mas a várias situações da vida. Mas claro, este artigo dedica-se à usabilidade em termos de plataformas digitais.
Como já referimos no primeiro artigo do nosso blog, a usabilidade engloba critérios como o design da página, a acessibilidade, a velocidade do website e, cada vez mais, a responsividade em dispositivos móveis.
Os conceitos de acessibilidade e de usabilidade, mais do que se poderem confundir, estão quase sempre interligados. Sendo que a acessibilidade é um subconjunto da usabilidade, uma página de internet não é utilizável a não ser que seja acessível.
Em Portugal, há projetos específicos nestas áreas, a nível governamental. A AMA – Agência para a Modernização Administrativa fez um website dedicado à acessibilidade, que inclui artigos, instrumentos e muita documentação sobre o tema. E o mesmo fez em relação à usabilidade, com um site onde disponibiliza várias ferramentas, sobretudo para que os organismos públicos possam melhorar a sua presença digital, mas também com dicas muito úteis que se aplicam aos outros setores de atividade. Destaque para a lista de verificação de usabilidade, que permite identificar de uma forma fácil se o seu sítio na internet cumpre as principais regras e recomendações.
Há muitos requisitos que um website deve cumprir para ter usabilidade ou para a melhorar. Enumeramos aqui alguns deles:
– Falar a linguagem dos utilizadores: o sistema deve expressar-se com palavras, frases e conceitos familiares a quem o utiliza, em vez de usar termos ‘codificados’. A informação deve aparecer numa ordem lógica e natural.
– Padrões consistentes: os utilizadores não devem ter de ‘adivinhar’ se palavras, situações ou ações diferentes significam a mesma coisa.
– Feedback: o sistema deverá informar continuamente o utilizador sobre o que está a fazer, o que se está a passar. O tempo de resposta influencia o tipo de feedback: dez segundos é o limite para manter a atenção do utilizador focada no diálogo.
– Boas mensagens de erro: as mensagens de erro devem ter linguagem clara e sem código, devem ajudar o utilizador a resolver o problema. Mas melhor do que boas mensagens, claro, é prevenir os erros, conhecer as situações que mais provocam erro e modificar o interface para que não sucedam.
– Fonte grande: os dispositivos móveis não são o futuro, são o presente. É lá que a maior parte das pessoas acede a sites, por isso convém que o tamanho do texto esteja adequado a isso, para que não se tenha de abusar do zoom. O mesmo acontece, obviamente, na versão desktop.
– Contacto visível: não ter uma secção de contactos visível, pode fazê-lo perder oportunidades de negócio. Nem sequer ter uma secção de contactos, então, nem se fala!
– Menus simples: aqui, aplica-se o “menos é mais” – tem de ser fácil navegar pelo website. Juntando a isso, a simplicidade de cores, isto é, podem ser cores fortes, para chamar a atenção, mas não demasiadas cores.
– Formulários pequenos: para melhorar a conversão, deve apresentar formulários em que o utilizador só tenha de preencher a informação essencial, ou seja, algo que lhe dê pouco trabalho e não o faça desistir de estabelecer contacto.
– URL amigáveis: não deixe que os URL sejam como passwords de wifi. Faça com que sejam curtos e tenham as palavras-chave, para melhor indexação no Google.
– Saídas claramente marcadas: para que o utilizador sinta que pode controlar o sistema, deverá ser fácil abortar uma tarefa ou desfazer uma ação, isto é, se clicar numa função por engano, não deve ser complicado para o utilizador chegar à função que realmente quer.
– Ajuda e documentação: O ideal é que um site seja tão fácil de usar, que não precise de ajuda ou documentação. No entanto, se necessário, esta ajuda deve estar facilmente acessível.
Além da aplicação destas dicas (que, por si só, não são sinónimo de 100% de usabilidade), é altamente recomendável que se faça testes com utilizadores. Mesmo que não se possa testar com aqueles que vão ser os ‘utilizadores reais’, é possível fazer testes com amigos ou familiares. Basta apresentar-lhes o website, dar-lhes um pequeno conjunto de tarefas e ver onde existem falhas, para as corrigir. Convém fazer isto várias vezes, ao longo do tempo, para haver melhoria contínua e tirar partido das vantagens que a usabilidade do site pode trazer para a sua empresa!